¿Cómo no?

A cidade de Goiânia é tão linda, seus parques, ruas e praças tão arborizadas é uma pena enorme não ter podido me adaptar da maneira mais correta  que poderia ter sido. A via sempre todos os dias, nem notava sua presença em mim, mas ela estava lá, a saudade era imensa, tão grande quanto a Saturno, se pode medir? Voltei, vim ver o que aconteceria.. E nada. Que merda de acontecimentos esperava que sucedessem? Não havia nada de diferente pra acontecer, o erro estava em mim o tempo todo, eu é que deveria ter mudado e ter feito acontecer tudo que supunha que necessitava pra ser  feliz. Tive grandes oportunidades mas fui oportunista e imaturo ao ponto de estragar tudo com apenas uma palavra amargaa que sempre saia de mim como um ferrão envenenado que cravava direto no coração do outro. Claro que essa é uma viisão subjetiva da realidade que vivi mas é bem assim que Goiânia me despede, sorrindo e como quem diz só até logo mesmo depois de surrar e escarnecer até não mais poder sua  

Esperando o ônibus, dividimos o seu guarda-chuva Eu corei, não costumo ser assim mas você me fez sorrir Beijo a beijo conversamos tanto sobre nós dois Órfãos de pátria e coração Beijo a beijo nos queriamos com tanta emoção Que eu perdi as chaves do tempo Aquele três de dezembro de dois mil Me destes tanta vida com tão pouco de ti Acreditamos nas noites que não morrem ao final Mas eu tive que partir  O inverno no seu nariz e suas mãos no meu rosto Você queria por a primavera em mim, eu corei mas desta vez feliz Beijo a beijo conversamos tanto sobre nós dois Órfãos de pátria e coração Aquele três de dezembro de dois mil Me destes tanta vida com tão pouco de ti Acreditamos nas noites que não morrem ao final Demos duas voltas nos ponteiros do relógio O tempo só marcava o seu coração Levamos o guarda-chuva que tanto me fez tremer Porque eu tive que partir

Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escol

Imaginamos que não poderemos mais viver sem olhar aquele lindo sorriso ao nosso lado todas as manhãs, sentimos saudade de tudo, inclusive dos roncos na madrugada. Era tudo tão perfeito que queremos viver nas lembraças, no sentimento de solidão que invade sem pena cada pequeno momento de lucidez e alegria que possamos ter. É tudo tão sem graça e vazio que nada importa. Pensamos que a vida não vale nada e o melhor seria morrer e deixar de conviver com qualquer semelhante de nós. Mas daí a vida não para, você não morre, continua sentindo fome e sede, pouco mas ainda nos alimentamos, temos que levantar e ir trabalhar como se nada acontecesse, temos que viver cada momento mesmo com a dor, temos que conversar com outros mesmo sem querer, temos que realizar nossas rotinas mesmo sem sentido algúm pra isso, pois a vida não tem piedade, não sente dó! E te aperta tanto num canto que sente como sufoca, as pernas fraquejam e você sente que é nesse momento que tudo vai se acabar e se dá que não,

"Respeito muito minhas lágrimas Mas ainda mais minha risada Inscrevo, assim, minhas palavras Na voz de uma mulher sagrada" Caetano não precisa de mais nada, não é mesmo? Ele fala por ele e todos!