O capricorniano

1/11/2015
“O Capricórnio é um dos indivíduos de mais difícil convivência; capricha em comportamentos antissociais como pessimismo, irritabilidade e depressão. A vida social e profissional são termômetros de seu equilíbrio. Se algo não vai bem, se não houver reconhecimento nessa área, isso é motivo suficiente para uma tragédia. (…)"

É bem verdade que este é considerado por todos e por mim um dos três piores signos do horoscopo, e não sei se lamento ou agradeço por ter separado da minha vida todos os capricornianos, geminianos e escorpianos, eita povo que não quero de jeito nenhum viu...
                         No final de Agosto entretanto, conheci a um capricórnio estranho, desajeitado e desalinhado aos padrões do signo, estéticos e para os meus padrões também, o que não impediu de eu me apegar profundamente a ele porque simplesmente me encantou.
                         De lá pra cá com infinitas tentativas frustradas da minha parte por sabotar uma relação afetiva, sim ainda não tem nome, que apenas se inicia e que já gera estresses tão grandes quanto casamentos de vários anos com três filhos e dois empregos dos cônjuges mas, que nos dá momentos de equilíbrio entre esses momentos tensos e simplesmente momentos, passeios, jantares e tentativas errôneas de um poliamor onde o terceiro da pirâmide nunca parece perfeito pra nós. 
                     Assim é esse capricórnio cheio de problemas de auto estima que tenta intensamente lutar contra si mesmo para sair de um caos imposto por um núcleo social limitado e burro. E eu? Bom, eu vou aproveitando o sexo, os beijos que ele vive reclamando que não dou e os abraços quentinhos que preciso para me sentir gente e sentir vida, amor. Nunca pensei que estaria tão disposto a viver com alguém tão diferente de mim, alguém que projeta um futuro, alguém que sabe o que quer ainda que não saiba como conseguir, que é totalmente díspar comigo, que simplesmente faço, nunca penso demais porque senão acabo pendendo por não viver. Sou realizador demais para projetar, mas me adaptei.
                   Aos poucos vamos moldando essa relação ao que ambos queremos e vamos planejando mais invés de projetar, vamos quantificando conversas mais produtivas e assuntos mais de acordo com nossa idade e variantes sociais. Viveremos tudo que queremos, inclusive nosso polir-relacionamento ou poliamor isso sim, em triângulo pra não ser traição ele escolheu assim e acha que é melhor pra nós, eu acredito nele. E se estou feliz com a relação? Bom, cada dia me sinto mais confortável e cada dia mais meus planos parecem que terão por fim um desfecho aceitável e feliz para ambos. 
                  Demorei pra escrever completamente este texto que foi editado tantas vezes que nem sei o que restou do texto original, talvez tenha ficado melhor agora depois de ser reescrito e publicado finalmente, não queria ser meloso como fui no primeiro, nem chato como fui no segundo nem mesmo desatento como nos seguintes ou frio demais, acredito que acabei sendo espectador de um desastre iminente que acontecerá dentro de alguns anos pois como me digo a cada nova surpresa, criei um monstro que só cresce e aprende mais.
                As impressões gerais são de alegria, e sim, sei que parece que faço a conclusão geral de uma obra literária ou obra contemporânea abstrata ou pós-moderna, sei lá, mas ficou melhor assim, mostro o que preciso pois o resto conversamos em todos os momentos.

07/10/2016

                Parecia ser bonito, parecia ser puro e verdadeiro na conversa. Só parecia. Ao final o monstro devorou o cotidiano, comeu os resultados alcançados, relutou tanto a ser feliz que acabou sendo infeliz. Traições,
desapego, brigas e mais brigas... Acabou me traindo não com um nem dois, mas com tantos quanto pôde.
               Foi tão duro ver tudo acabar por pequenas coisas, hoje soube que ele nunca perdoou nada e seja por vingança pessoal ou subconsciente disse que sim e depois me fez sofrer jogando tudo aquilo na cara uma e outra vez como se fossem verdades absolutas, num mundo liquido onde nada é absoluto.
              Me pergunto o que deu errado quase todos os dias, a falta de dinheiro superávamos sempre, o dia a dia era tenso mas estávamos juntos e vivíamos felizes com nosso cãozinho lindo e amado.
              Sei exatamente os motivos que me fizeram desistir e agora sei os que o fizeram desistir, ele nunca aceitou nossas novas "regras", ou seja, não aceitou deixar o passado e todas as nossas pequenas brigas pra trás. E o defeito dele, o maior de todos os defeitos é não saber em quais partes da conversa deve focar, quando digo: Conheci 15 pessoas e dessas 9 tem HIV. O foco aqui é: de 15 pessoas, 9 tem o vírus. E não: Conheci 15 pessoas.
               Arrumar motivo pra brigar é com ele mesmo, já o vi fazendo comigo diversas vezes e com diversas pessoas, mimado e autoritário, não sabe ouvir, escutar.  Eu, sabemos meus caros, não sou nada fácil, porém minhas relações costumam durar bastante tempo, muito inclusive. Sou pra casar, um cara que tem um olho no futuro da relação sempre. E também sou difícil no sentido de projetar/expandir o que recebo, se recebo amor... Mas também se recebo ódio... Tudo é amplificado.

 Levamos pouco mais de um mês separados, parecem anos, sinto saudade de chegar em casinha e escutar meu cachorro louco de alegria porque eu cheguei, sinto falta também dos cafés juntos, das brigas, sim, ao final me acostumei com elas e acabo sentindo falta. Sinto falta de insistir horas pra ele ver um vídeo de 5 minutos comigo. Ele nunca quer. Ridículo, dura menos ver o vídeo que ficar dizendo que não sabendo que eu insisto. Olha eu focando nas besteiras também.

                    Sinto saudades de muitas coisas, até da paz, do cheiro de café que ele preparava que sempre ficou muito melhor que o meu. Dos carinhos e me sentir protegido com um abraço, mesmo nas brigas era no abraço que me sentia feliz, ali éramos nus, só eu e ele. Ali, no abraço na hora de dormir, era amor. E era quentinho, era amor quentinho.
                    A pena agora é que, mesmo assim, ele é um turrão que não aceita ouvir as verdades e acha que deve machucar com as palavras como forma de revidar ao que está ouvindo. É uma pena, porque a maioria das vezes só queria desabafar, falar tudo que sinto até não sobrar nada e ficar livre da mágoa que tento guardar e não consigo disfarçar, depois que não tivesse nada só gostaria de um abraço quentinho e ouvir que tudo vai ficar bem pois o passado, passou.  Sim fui romântico, não perco essa mania. Sou assim.  Sei que isso jamais vai acontecer, mas seria bonito.
                    Agora já começo a planejar um regresso, outro estado, não sei como vou juntar tantos cacos. Tudo quebrado, rompido, roto.  A única certeza que tenho é que vou ficar solteiro pra sempre, já tinha uma má ideia de relacionamentos, agora tenho é ranço disso.

Vamos seguindo, desejo sucesso. Vai ter. Desejo que nunca deixe de estudar, isso é importante.

Finalmente. Publicado.


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